Jardins Suspensos da Babilônia
Cidade mais conhecida da região da Mesopotâmia, Babilônia é
tida para muitos historiadores como o berço da civilização pelos grandes
avanços sociais, econômicos, políticos e culturais.
Os primeiros povos mesopotâmicos chegaram há mais de 5.000
anos atrás das montanhas da Ásia central a procura de territórios férteis
próximos aos rios, para fixarem moradia. Por volta do século XIX a.C., os
amoritas derrotaram os sumérios e acádios que dominavam a Mesopotâmia. Oriundos
do sul do deserto árabe, construíram a cidade-Estado de Babilônia, formando o
Primeiro Império Babilônico.
No século XVIII a.C., o rei babilônio Hamurábi conseguiu unificar o povo e expandir seu
domínio para além do Golfo Pérsico, possibilitando grandes avanços na
agricultura - através da canalização dos rios - e na arquitetura babilônica -
criando grandes templos luxuosos, como os zigurates, para venerar o deus
Marduk.
É de autoria de Hamurábi o primeiro código de leis do mundo.
Baseado nas Leis de Talião – “olho por olho, dente por dente” -, o Código de
Hamurábi estabelecia punição aos crimes conforme a gravidade do delito. Por
exemplo, no artigo 218 “se um médico fizer uma larga incisão com uma faca de
operações e matar o paciente, suas mãos devem ser cortadas”. As punições não
eram as mesmas se fossem para os escravos: eles estavam vulneráveis a sofrerem
os piores castigos, pois eram tratados como números.
Com a morte de Hamurábi, seguiu-se uma grande instabilidade
política na Babilônia, facilitando a invasão e domínio dos cassitas. Entre 1300
a.C. e 630 a.C., os assírios promoveram
inúmeras guerras no território mesopotâmico, esbanjando força bélica. Tanto
preparo para o combate e grande repressão no trato com seus inimigos não
demoraria a mostrar o ponto fraco dos assírios: a administração.
As invasões assírias provocaram grandes revoltas civis nos
territórios ocupados, deixando as cidades mesopotâmicas vulneráveis à invasão
dos caldeus, sob liderança do monarca Nabopossalar. Ele unificou os territórios
e deu início ao Segundo Império Babilônico ou Império Neobabilônico.
Sete anos depois, após a morte de Nabopossalar, seu filho
Nabucodonosor assume e faz o possível para expandir seu domínio pela
Mesopotâmia. Investindo pesado no seu exército, lutou por mais de trinta anos
para conquistar os territórios do Egito, Assíria, Jerusalém, Fenícia, parte da
Arábia, Palestina, Síria e Elam, tornando-se a maior liderança do Oriente Médio
da Antiguidade.
Em seu governo, que durou de 604 a.C. a 562 a.C.,
Nabucodonosor protegeu Babilônia com muralhas pela cidade e impulsionou o
desenvolvimento arquitetônico com luxuosos palácios para os funcionários
públicos, a Torre de Babel, citada no Antigo Testamento da Bíblia, e os Jardins
Suspensos da Babilônia, famosa por ser uma das Sete Maravilhas da Antiguidade.
No ano de 539 a.C., os persas invadiram a Babilônia e
dominaram todo o território da Mesopotâmia, com o forte exército liderado por
Ciro, o Grande.
A Mesopotâmia (do grego antigo Μεσοποταμία; composto de
μέσος, "meio", e ποταμός, "rio", ou seja "[terra]
entre dois rios") é a denominação de um planalto de origem vulcânica
localizado no Oriente Médio, delimitado entre os vales dos rios Tigre e
Eufrates, ocupado pelo atual território do Iraque e terras próximas.
Os rios
desembocam no Golfo Pérsico e a região toda é rodeada por desertos.
Inserida na área do Crescente Fértil - de Lua crescente,
exatamente por ter o formato de uma Lua crescente e de ter um solo fértil -,
uma região do Oriente Médio excelente para a agricultura, exatamente num local
onde a maior parte das terras vizinhas era muito árida para qualquer cultivo, a
Mesopotâmia tem duas regiões geográficas distintas: ao Norte a Alta Mesopotâmia
ou Assíria, uma região bastante montanhosa, desértica, desolada, com escassas
pastagens, e ao Sul a Baixa Mesopotâmia ou Caldeia, muito fértil em função do
regime dos rios, que nascem nas montanhas da Armênia e desaguam separadamente
no Golfo Pérsico.
O termo também designa o estudo do período histórico entre o
III e o I milênios a.C., quando a região desenvolveu uma cultura em comum e
apresentou momentos variáveis de unificação territorial, desde o surgimento das
primeiras cidades, como Ur e Uruk até o fim da dominação persa aquemênida.
Ishtar e a Epopéia de Gilgamesh, grandes expoentes da
religiosidade e da literatura dos mesopotâmicos.
No campo da religiosidade, a Mesopotâmia poder ser vista
como um “grande caldeirão” de crenças e divindades. Muitos desses deuses
possuíam forma humana (masculina ou feminina) e geralmente tinham suas
características vinculadas a elementos da natureza ou corpos celestes. Em
diversas culturas poderíamos encontrar a presença de divindades comumente
adoradas como Shamash (deus do Sol e da justiça), Anu (senhor dos céus), Sin
(deusa da Lua) e Ishtar (deusa da guerra e do amor).
O pensamento religioso dos povos mesopotâmicos tinha traço
dualista, admitindo a existência de deuses inclinados para o bem e para o mal.
Dessa maneira, a magia, a adivinhação e a astrologia eram utilizadas como meios
de interação e conhecimento dos desígnios desse complexo conjunto de
divindades. A prática religiosa era estabelecida nos ambientes públicos e
privados, sendo os zigurates os principais centros de adoração da população.
Diversas culturas mesopotâmicas acreditavam na vida após a
morte e, por isso, desenvolviam uma série de rituais funerários. Geralmente os
mortos eram enterrados com alguns de seus objetos pessoais e a tumba que
abrigava o corpo poderia indicar a condição financeira do falecido. De acordo
com algumas narrativas míticas, os mortos passavam o além-vida em um mundo
subterrâneo onde se alimentavam de pó para o resto de seus dias.
Influenciada pelos seus valores religiosos, a literatura
mesopotâmica era repleta de mitos que explicavam a origem dos deuses e do
mundo. A obra “O mito da criação” relata a origem do mundo graças aos feitos de
Marduk, uma das principais divindades dos babilônios. Na “Epopéia de Gilgamesh”
temos as desventuras do gigante que, em tempos remotos, teria controlado a
cidade de Uruk. Segundo alguns estudiosos, algumas lendas contidas nesse livro
são próximas às narrativas do Antigo Testamento.
A mesopotâmia é uma região de planalto de origem vulcânica
localizada no oriente médio, entre os vales do rio tigre e eufrates, e que
hoje é definido como o território do Iraque.
Foi considerada uma sociedade muito organizada e que é
conhecida pelas inúmeras cidades–estados que rodeavam os vales dos rios Tigre e
Eufrates. Tais cidades eram muito parecidas com as cidades gregas em termos de
independência e autonomia.
Na questão religiosa a Mesopotâmia era bastante
diversificada, onde estavam presentes várias crenças e divindades. Muitas delas
podem ser encontradas nas formas mais variadas, podendo ter sua imagem
vinculada a figura humana, ou, como na maioria das vezes, tinha caracteristicas
relacionadas a elementos da natureza.
Podemos citar aqui algumas dessas divindades como Shamash,
que era considerado o deus do sol e da justiça. Anu, considerado senhor dos
céus. Sin, considerado deusa da lua. E Ishtar, considerada deus da guerra e do
amor.
Uma caracteristica importante da religião mesopotamica é que
ela propria tinha característica dualista, onde era possivel encontrar sempre o
bom e o ruim, o bem e o mal e buscando sempre tentar compreender essa relação,
utilizavam de métodos não convencionais para uma religião como a adivinhação, a
magia, e a astrologia.
A religião mesopotâmica também permitia que em diversas
cidades de seu domínio, acreditasse fielmente na vida após a morte e assim
desenvolveram vários ritos funenários. Tinham o costume de enterrarem os mortos
com alguns objetos pessoais dentro da tumba, e uma outra caracteristica
interessante de ser citada é que atraves da própria tumba onde o falecido foi
colocado poderia nos indicar a condição financeira dele e da família. Ou seja,
se o defunto fosse rico, obviamente sua tumba seria mais requintada do que de
um pobre mesopotamico.
A morte parecia ter
uma grande importância nessa cultura, fato que nos levam a concluir isso é a
observação de sua literatura, onde através de narrativas miticas escritas por
eles podemos localizar a sua crença de que os mortos passavam para um mundo
subterrâneo, mostrando a crença na morte como algo místico.
Misticismo que também
é muito encontrado na literatura mesopotamica, onde no texto “O mito da
criação” relatam a origem do mundo através de feitos de Marduk, que era uma das
principais divindades mesopotamicas. Podemos citar também o texto “Epopeia de
Gilgamesh” onde relatam algumas aventuras de um gigante que teria controlado
uma cidade chamada Uruk.
Código de Hamurabi, o qual pode ser escrito Hamurábi ou
Hammurabi, representa o conjunto de leis escritas, sendo um dos exemplos mais
bem preservados desse tipo de texto oriundo da Mesopotâmia.
Acredita-se que foi
escrito pelo rei Hamurábi, aproximadamente em 1700 a.C.. Foi encontrado por uma
expedição francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia correspondente a
cidade de Susa, atual Irã.
É um monumento monolítico talhado em rocha de diorito, sobre
o qual se dispõem 46 colunas de escrita cuneiforme acádica, com 282 leis em
3600 linhas. A numeração vai até 282, mas a cláusula 13 foi excluída por
superstições da época. A peça tem 2,25 m de altura, 1,50 metro de
circunferência na parte superior e 1,90 na base.1
A sociedade era
dividida em três classes, que também pesavam na aplicação do código:
Awilum: Homens livres, proprietários de terras, que não
dependiam do palácio e do templo;
Muskênum: Camada intermediária, funcionários públicos, que
tinham certas regalias no uso de terras.
Wardum: Escravos, que podiam ser comprados e vendidos até
que conseguissem comprar sua liberdade.
Pontos principais do código de Hamurabi:
*lei de talião (olho por olho, dente por dente)
*falso testemunho
*roubo e receptação
*estupro
*família
*escravos
*ajuda de fugitivos
Exemplo de uma disposição contida no código:
Art. 25 § 227 - "Se um construtor edificou uma casa
para um Awilum, mas não reforçou seu trabalho, e a casa que construiu caiu e
causou a morte do dono da casa, esse construtor será morto".
O objetivo deste código era homogeneizar o reino
juridicamente e garantir uma cultura comum. No seu epílogo, Hamurabi afirma que
elaborou o conjunto de leis "para que o forte não prejudique o mais fraco,
a fim de proteger as viúvas e os órfãos" e "para resolver todas as
disputas e sanar quaisquer ofensas".1
Durante as diferentes invasões da Babilônia, o código foi
deslocado para a cidade de Susa (no Irã atual) por volta de 1200 a.C.. Foi
nessa cidade que ele foi descoberto, em dezembro de 1901, pela expedição
dirigida por Jacques de Morgan. O abade Jean-Vincent Scheil traduziu a totalidade
do código após o retorno a Paris, onde hoje ele pode ser admirado no Museu do
Louvre, na sala 3 do Departamento de Antiguidades Orientais.
Durante o governo de Hamurabi, no primeiro império
babilônico, organizou-se um dos mais conhecido sistema de leis escritas da
antiguidade: O Código de Hamurábi. Outros códigos, (Código de Ur-Nammu), haviam
surgido entre os sumérios que viveram entre 4.000 anos a.C. a 1900 a.C. na
Mesopotâmia. No entanto, o Código de Hamurabi foi o que chegou até nós de forma
mais completa - os sumérios viviam em pequenas comunidades autônomas, o que
dificultou o conhecimento desses registros.
Hamurábi, ou “Khammu-rabi” em babilônico, foi o sexto rei da
Suméria (região do atual Iraque) por volta de 1750a.C. e também ele quem uniu
os semitas e sumérios fundando o império babilônico.
O Código de Hamurábi ficava inicialmente no templo de Sippar
(uma das cidades mais antigas da Mesopotâmia), sendo que diversas cópias suas
foram distribuídas pelo reino de Hamurábi. No topo do monolito (monumento
construído a partir de um só bloco de rocha) encontra-se uma representação de
Hamurábi em frente ao deus sumeriano do sol Shamash.
Seu código trata de temas cotidianos e abrange matérias de
ordem, civil, penal e administrativa como, por exemplo, o direito da mulher de
escolher outro marido caso o seu seja feito prisioneiro de guerra e não tenha
como prover a casa, ou a obrigação do homem de prover o sustento dos filhos
mesmo que se separe de sua mulher..
Este artigo ou secção contém uma ou mais fontes no fim do
texto, mas nenhuma é citada no corpo do artigo, o que compromete a
confiabilidade das informações. (desde julho de 2009)
Por favor, melhore este artigo introduzindo notas de rodapé
citando as fontes, inserindo-as no corpo do texto quando necessário.
Durante o período de hegemonia do império babilônico sobre a
Mesopotâmia (1800-1500 a.C.) o rei Hamurabi foi responsável por uma das mais
importantes contribuições culturais daquele povo: a compilação de um código de
leis escrito quando ainda prevalecia a tradição oral, ou seja, em época em que
as leis eram transmitidas oralmente de geração em geração ou de forma
consuetudinária - costumeira.
Do código de Hamurabi foram traduzidos 281 artigos a
respeito de relações de trabalho, família, propriedade e escravidão. Embora
repouse sobre a tradição anterior do direito sumério, o código é conhecido por
ser o primeiro corpo de leis de que se tem notícia fundamentado no princípio da
lei de talião, que estabelece a equivalência da punição em relação ao crime. O
termo talião é originado do latim e significa tal ou igual, daí a expressão
"olho por olho, dente por dente". Também inspira o código o princípio
jurídico judicium dei, ou o ordálio, que indica a possibilidade de um
julgamento divino. Um exemplo desse princípio está no artigo dois do código:
"Se alguém acusar um homem e o acusado mergulhar em um rio e afundar, quem
o acusa pode tomar posse de sua casa. Mas se o rio provar que o acusado é
inocente e ele escapar ileso, então quem o acusa será executado, e o acusado
tomará sua casa".1
O código é muitas vezes indicado como o primeiro exemplo do
conceito legal de que algumas leis são tão básicas que mesmo um rei não pode
modificá-las. Ao escrever as leis na pedra, elas se tornaram imutáveis.
Este
conceito existe em vários sistemas jurídicos modernos e deu origem à expressão
em língua inglesa written in stone (escrito na pedra). No entanto, para alguns
investigadores da história, o fato de gravar escritos em pedras não implica
propriamente a perpetuação da mensagem e sim na facilidade oferecida pelo autor
aos menos letrados de reproduzirem esses textos fiel e rapidamente. No caso da
estela de Hamurabi em questão, viajantes de outras regiões, quando em passagem
por Susa, tinham a oportunidade de obter cópias para serem lidas por escribas
em suas aldeias e para isso normalmente utilizavam o processo similar ao de
xilogravura, transcrevendo diretamente da estela para o papel ou papiro, que
com o passar do tempo e o uso, por se tratar de material perecível, se
perderam, permanecendo apenas essas matrizes de pedra para contar a origem das
leis.
Outras coleções de leis incluem os códigos de Ur Nammu, rei
de Ur (cerca de 2050 a.C.), o código de Eshnunna (cerca de 1930 a.C.) e o
código de Lipit-Ishtar de Isin (cerca 1870 a.C.).
É um dos mais antigos conjuntos de leis escritas já
encontrados, e um dos exemplos mais bem preservados deste tipo de documento da
antiga Mesopotâmia. Segundo os cálculos, estima-se que tenha sido elaborado
pelo rei Hamurabi por volta de 1700 a.C.. Foi encontrado por uma expedição
francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia correspondente a cidade de
Susa, atual Irã.
É um monumento monolítico talhado em rocha de diorito, sobre
o qual se dispõem 46 colunas de escrita cuneiforme acádica, com 282 leis em
3600 linhas. A numeração vai até 282, mas a cláusula 13 foi excluída por
superstições da época. A peça tem 2,25 m de altura, 1,50 metro de circunferência
na parte superior e 1,90 na base.[1]
Diferenças da Torah:
Algumas partes da Torah abordam aspectos mais apurados de
algumas seções do código de Hamurabi que tem a ver com o direito de
propriedade, e devido a isso alguns especialistas sugerem que os hebreus tenham
derivado sua lei deste. No entanto, segundo a Torah, desde a época de Noé, já
existiam sete preceitos (Sheva Mitzvót bnei Noach) que são transmitidos
oralmente de uma geração a outra,e que posteriormente foram escritas na Torah,
que por sua vez prega 613 preceitos apenas para os judeus, enquanto que os
outros povos continuaram obrigados a cumprir aqueles sete preceitos. Portanto
era de se esperar que alguém possa ter escrito algo que já existia de forma
oral.
Código de Hamurábi Torah
Pena de morte para roubo de templo ou propriedade estatal,
ou por aceitação de bens roubados. (Seção 6) Roubo
punido por compensação à vítima. (Ex. 22:1-9)
Morte por ajudar um escravo a fugir ou abrigar um escravo
foragido. (Seção 15, 16) "Você
não é obrigado a devolver um escravo ao seu dono se ele foge do dono dele para
você." (Deut. 23:15)
Se uma casa mal-construída causa a morte de um filho do dono
da casa, então o filho do construtor será condenado à morte (Seção 230) "Pais não devem ser condenados à
morte por conta dos filhos, e os filhos não devem ser condenados à morte por
conta dos pais." (Deut. 24:16)
Mero exílio por incesto: "Se um senhor (homem de certa
importância) teve relações com sua filha, ele deverá abandonar a cidade."
(Seção 154) Extirpação por incesto.
(Lev. 18:6, 29)
Distinção de classes em julgamento: Severas penas para
pessoas que prejudicam outras de classe superior. Penas médias por prejuízo a
membros de classe inferior. (Seção 196–;205) Não
farás acepção da pessoa pobre, nem honrarás o poderoso. (Lev. 19:15)
Gilgamesh
Estátua de Gilgamesh (Universidade de Sidney, Austrália).
Gilgamesh (ou Gilgamech) foi um rei da Suméria, de caráter
semilendário, mais conhecido atualmente por ser o personagem principal da Epopeia
de Gilgamesh, um épico mesopotâmico preservado em tabuletas escritas com
caracteres cuneiformes.
Segundo a Lista de reis da Suméria, um antigo texto sumério
datado da Idade do Bronze, Gilgamesh foi o quinto rei da primeira dinastia de
Uruk, datada de aproximadamente 2750 AC. Ainda segundo a lista, era filho de um
"demônio" ou "fantasma" (o significado da palavra no texto
é incerto) e seu reinado teria durado 126 anos. Seu filho e sucessor,
Ur-Nungal, reinou 30 anos. Outro documento, a Inscrição de Tummal, aponta
Gilgamesh como o segundo reconstrutor do templo de Tummal, dedicado à deusa Ninlil,
na cidade santa de Nipur.
Após seu reinado, e assumindo que tenha sido um personagem
histórico real, Gilgamesh foi considerado o mais ilustre antecessor dos reis
sumérios, tornando-se objeto de lendas e poemas e sendo venerado como deidade.
Vários relatos sobre seus feitos são conhecidos de maneira fragmentária a
partir do segundo milênio AC, os mais antigos em sumério e os mais recentes em
acádio. Numa destas lendas, Gilgamesh enfrenta e vence a Aga, rei de Kish,
consolidando a independência de Uruk. Essa lenda, assim, reflete as lutas pela
supremacia entre as cidades mesopotâmicas no início da história suméria. Na
história da luta contra Aga um dos guerreiros mais destacados de Gilgamesh é
Enkidu, que posteriormente é retratado como amigo do herói na Epopeia de
Gilgamesh. Gilgamesh era o Rei Herói, o nome mais antigo (de quando o mundo era
apenas um).
Inanna, na mitologia suméria, era uma irmã do deus-sol Utu,
e se casou com o pastor Dumuzi, que a disputou com o agricultor Enkimdu, que,
inicialmente, tinha a preferência da deusa.1
Era a deusa (dingir) do amor, do erotismo, da fecundidade e
da fertilidade, entre os antigos Sumérios, sendo associada ao planeta Vénus.
Era especialmente cultuada em Ur, mas era alvo de culto em todas as cidades
sumérias.
A sacerdotisa Enheduana compôs 42 hinos em sua homenagem;
estes hinos são uma das principais fontes sobre a mitologia suméria.
Surge em praticamente todos os mitos, sobretudo pelo seu
carácter de deusa do amor (embora seja sempre referida como a virgem Inanna);
por exemplo, como a deusa se tivesse apaixonado pelo jovem Dumuzi, tendo este
morrido, a deusa desceu aos Infernos para o resgatar dos mortos, para que este
pudesse dar vida à humanidade, agora transformado em deus da agricultura e da
vegetação.
É cognata das deusas semitas da Mesopotâmia (Ishtar) e de
Canaã (Asterote e Anat), tanto em termos de mitologia como de significado.
Tamuz
Dumuzi ou Tamuz era uma antiga divindade suméria.
O bíblico Tamuz era um deus dos sumérios conhecido como
Dumuzi e pelos egípcios como Osíris. Tamuz tinha como companheira Asterote, a
rainha do céu - Ishtar para os acádios, Ísis para os egípcios,Diana para os
gregos e Inanna para os sumérios. O relacionamento entre Osíris e Ísis, e as
respectivas características deles, correspondem notavelmente ao relacionamento
e às características dos babilônios Tamuz e Ishtar.
Assim, muitos peritos acham
que eles são os mesmos.
O eterno apaixonado da deusa Inanna, trata-se de um humano
que acabou por se tornar num deus, estando associado à vegetação e à
agricultura, porquanto é um deus que morreu jovem, e ressuscitou no ano
seguinte (e assim sucede também com a vegetação, que todos os anos renasce).
É o oposto de An, um deus verdadeiramente imortal, e por
isso mesmo tido por idoso, mas também por culto e experiente.
Foi muito cultuado, mais tarde, em Babilónia, sob o nome de
Tamuz (como se vê no livro Bíblico de Ezequiel, capítulo 8, versículo 14). A
sua lenda está quase de certeza por de trás de outros cultos antigos,
designadamente o de Baal nas terras de Canaã e o de Adónis na Grécia Clássica.
Ereshkigal
Ereshkigal era uma das grandes divindades sumérias, filha de
Anu o antigo senhor do Céu e Nammu, a senhora dos oceanos e irmã gêmea de Enki.
O seu nome significa "Senhora da Grande Habitação Inferior" ou ainda
"Senhora dos Vastos Caminhos", tal nome indica que é a rainha do
inferno, pois "vastos caminhos" tanto como "terras vastas"
eram eufemismos para se falar do Inferno, terra cujos caminhos são infindáveis
e sem rumo certo. Assim, Ereshkigal é a rainha de Kur-Nu-Gia "A Terra do
Não Retorno".
Apesar de ser a rainha do inferno e governante dos demônios
e dos deuses obscuros, Ereshkigal é uma dos grandes deuses Anunnaki, a quem Anu
delegou o dever de ser a juíza das almas dos mortos. Ela é quem julga os casos
dos homens e mesmo dos deuses, mesmo depois de já julgados pelo grande conselho
dos 12 deuses, como aconteceu com Enlil, quando do seu crime de violentar a
jovem deusa Ninlil.
O motivo pelo qual Ereshkigal se tornou rainha do Inferno é
de certo modo obscuro, alguns unem sua figura a de Ninlil, de modo que, após
ter sido violentada, ela morre e então se torna a severa rainha do mundo
inferior passando a se chamar então Ereshkigal. Outros textos antigos sugerem
que por sua vontade ela abandonou o seio de Namu e partiu para descobrir o
destino de Kur e outros irmãos que partiram para além do Mundo das coisas
vivas, e lá chegando tornou-se a rainha dos deuses infernais.
Tinha sob seus serviços diversas divindades obscurar, entre
elas, Husbishag (sua secretária) e Namtar seu vizir e mensageiro, e deus do
Destino e da Sorte.
Os mitos dos quais Ereshkigal tornou-se uma deusas célebre
por mitos como o de seu casamentos com Nergal e a descida de Ninlil e de sua
irmã Inanna ao Inferno para recuperarem seus esposos. Certa vez, ao enviar
Namtar como seu representante para ter com Anu e os demais Anunnaki, foi
ofendida pelo jovem deus Nergal, que se recusou a reverenciar Namtar em honra
dela. Todos os deuses temeram pelo destino de Nergal, pois Namtar contaria a
sua senhora tamanha desfeita. Mas Nergal pouco se importou afirmando que não
daria préstimo a uma deusa a quem nunca vira. Porém sua impáfia durou até que
Enki lhe advertir sobre o tremendo risco que corria, já que os poderes de
Ereshkigal eram imensos. Por conselho de Enki, Nergal desceu ao Inferno para se
desculpar e acabou apaixonado por para beleza fulminante de Ereshkigal a quem
julgava ser uma velha senil e horrenda.
No caso de Ninlil, anterior a Nergal, a donzela, mesmo
ofendida e violentada por Enlil, decide descer ao Inferno para convencer
Ereshkigal a devolver sua vida, já que ela no fundo o amava.
Por fim, foi a vez de Inanna (Isthar), de atravessar os nove
portais do reino do Inferno e ver a face de Ereshkigal. Inanna, por sua
realeza, beleza e nobreza, julgou que poderia enfrentar a irmã e exigir o
retorno de Dumuzi, seu esposo. Mas com mão de ferro, Ereshkigal submeteu Inanna
a todos os tipos de dor e humilhação diante de cada portal, nos quais era
obrigada a se despir de alguma jóias ou peça de roupa, até que chegou nua e
humilhada diante do trono da soberana infernal. Todavia a força do amor de
Inanna causou tanto temor em Ereshkigal, que ela a impalou levando-a a morte.
Não fosse pela intercessão de Enki, ao criar da sujeira sob suas unhas o belo
mensageiro Asushunamir, para interceder e resgatar Inanna, ela teria ficado
morta para sempre. Asushunamir convenceu Ereshkigal a restituir a vida de
Dumuzi e Inanna.
Ereshkigal também era chamada de Irkalla.
Enkidu ou Enquidu, é um personagem lendário e literário da mitologia mesopotâmica, sendo uma das figuras centrais da Epopeia de Gilgamesh, compilada no segundo milênio a.C.
Enkidu aparece na obra suméria Gilgamesh e Aga como
principal guerreiro do rei de Uruk, Gilgamesh, na sua luta contra Aga de Kish.
O caráter de Enkidu na Epopeia de Gilgamesh, porém, é muito diferente, sendo
apresentado nessa obra como inseparável amigo de Gilgamesh e tratado como igual
por este. Sua criação parte da vontade dos deuses: vendo que os cidadãos de
Uruk vivem sob a tirania do seu rei, os deuses decidem enviar ao mundo dos
homens um ser igual em força a Gilgamesh. Aruru (um dos nomes da deusa
Ninhursag), cria Enkidu a partir do barro. Este é um homem selvagem, criado por
animais e ignorante dos costumes humanos. Enkidu libera os animais apanhados
nas armadilhas dos caçadores e estes queixam-se às
autoridades. Shamhat, uma prostituta do templo de Ishtar, é então enviada à
floresta para atrair Enkidu. Shamhat o seduz e mantém relações sexuais com ele,
começando assim o processo de aproximação de Enkidu à civilização: os animais
selvagens, que antes aceitavam placidamente sua companhia, agora fogem dele.
Enkidu acompanha Shamhat a Uruk, onde trava uma feroz luta
com Gilgamesh. Os dois, porém tornam-se amigos inseparáveis e passam por muitas
aventuras. Uma das façanhas realizadas pelos dois é dar morte ao Touro
Celestial, um terrível animal enviado pelos deuses incitados por Ishtar. Enkidu
é castigado com uma doença que termina causando-lhe a morte. A perda trágica do
amigo emociona profundamente Gilgamesh, e o inspira a iniciar uma empreitada em
busca da imortalidade. Durante sua busca - destinada a terminar em fracasso -
Gilgamesh encontra e conversa com Enkidu em um sonho. O amigo lhe conta sobre a
desolação do inframundo, o mundo dos mortos.
Hierodula
Meretriz, que se comprava, para ser oferecida a Vénus em
certas festas, e que, a troco dos seus encantos, obtinha dinheiro para as
despesas dessas festas.
Mulher adstrita ao serviço de um templo grego.
A Prostituição Sagrada na Mesopotâmia: Como já definimos, a prostituição feminina no mundo bíblico
distinguia-se em profana ou secular e sagrada ou cultual. A prostituta sagrada
era chamada de qādēshpelos judeus e hieródula pelos gregos. O termo grego
provavelmente esteja relacionado ao lexema hieros, que se traduz por “separado
para a deidade”, “sagrado”, procedente da mesma raiz que origina o termo
hiereus, isto é, “sacerdote”. O nominativo feminino doulē, que se traduz por
“escrava”, forma a parte final do vocábulohieródula. A hieródula ou qādēsh,
portanto, pode ser considerada uma mulher que servia sexualmente aos adoradores
de uma determinada divindade. Por estar inteiramente relacionada ao serviço
religioso ou templário, era considerada uma prostituta sagrada ou a meretriz
separada para o serviço sexual no templo.
As meretrizes sagradas eram sacerdotisas que estavam
relacionadas aos cultos da fertilidade e aos deuses e deusas pagãs da
procriação, do amor e da fertilidade. Vários achados arqueológicos comprovam a
existência de inúmeras divindades femininas que eram adoradas nas festas da
fertilidade. Entre tantas se encontra Inana-Ištar, deusa do amor e do
comportamento sexual de cujos rituais de adoração constavam o transexualismo, o
travestismo e o homossexualismo de ambos os sexos. Em um bloco de pedra do período
sumério, Inana-Ištar é representada junto a genitais masculinos. Tabuinhas de
barro com inscrições cuneiformes, conhecidas como os Cilindros de Gudea,
descrevem histórias mitológicas da deusa, denominando-a como “Rainha do Céu e
da Terra”, “Estrela da Manhã”. Um dos poemas dedicados à deusa entoa:
Nobre Rainha, quando entras na estrebaria
Inana, a estrebaria rejubila contigo
Hieródula, quando entras no aprisco
A estrebaria rejubila-se contigo
por Esdras Costa Bentho
As Hieródulas
praticavam o que hoje é o Tantra ?
Em nossos tempos, tais sacerdotisas seriam vistas como
prostitutas e aproveitadoras, mas, na sua época, elas eram consideradas figuras
vitais na estrutura hierárquica do templo.
Oséias 4:14 não castigarei as vossas filhas prostitutas, nem
vossas noras adúlteras, porque eles mesmos coabitam com meretrizes, e
sacrificam com "hieródulas". O povo insensato lança-se à perdição!
Se nos descolarmos agora para as primeiras culturas da
história, em lugares tais como a Mesopotâmia e a Caldéia, vamos encontrar a
humanidade vivendo em sociedades agrícolas, a maioria em pequenas aldeias e
povoados, mas algumas em grandes cidades-estados. As pessoas agora já estão
divididas em grupos bem definidos: artesãos, trabalhadores, escravos, soldados,
oficiais, sacerdotes e governantes. Existem mercados, templos, leis e, até
mesmo, os rudimentos de um sistema monetário e um sofisticado sistema
educacional para a classe dirigente. Os mitos primitivos e as lendas em torno
da Deusa e seu Consorte já são considerados antigos e estabelecidos há muito
tempo. Mas a Mãe tribal e os caçadores, que ela recompensava, preservaram-se.
Nos templos, entre os sacerdotes e as sacerdotisas, havia as Hieródulas, que
ofereciam os favores sexuais da Deusa para os homens que a vinham adorar. Nessa
época, a prostituição sagrada não era vista com menosprezo, mas sim como
natural e sagrada e um serviço à própria Deusa.
Os homens chegavam ao templo com alguma oferenda para a
Deusa - talvez desejassem mais filhos ou melhores colheitas, mais camelos ou
vacas. Ao deitar com s sacerdotisa, ele se sentiria honrado e abençoado. Ela,
em seu papel de representante da Deusa, iria ouvir as suas prédicas em
silêncio, após haverem-se unido, e, caso tivesse gostado de sua performance sexual,
ela as concederia. Aquilo era magia de correspondência pura e simples. O homem
voltaria para casa cheio de confiança, mais relaxado e, portanto, mais motivado
para engravidar a própria esposa. A convicção recém-adquirida de que a Deusa o
havia escutado lhe daria novas forças para cavar mais canais de irrigação, e
seus campos provavelmente iriam produzir mais.
Em nossos tempos, tais sacerdotisas seriam vistas como
prostitutas e aproveitadoras, mas, na sua época, elas eram consideradas figuras
vitais na estrutura hierárquica do templo. No culto à Deusa Milita, na
Babilônia, pelo menos uma vez na vida todas as mulheres se postavam à porta do
templo e iam com u primeiro homem que lhes oferecesse dinheiro que era, então,
doado ao templo, como oferenda. Isso era visto como uma taxa justa devida à
Deusa, à qual nenhuma mulher se poderia negar.








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